quinta-feira, 3 de março de 2011

“Continuam a assegurar-se, globalmente, os padrões de qualidade que caracterizam a oferta da CARRIS, bem patenteados no facto de cerca de 70% do número total de carreiras da rede serem certificadas, encontrando-se em curso os trabalhos necessários para a certificação de mais 7 carreiras, a alcançar no final do 1º semestre do corrente ano.

A CARRIS continuará a trabalhar com o objectivo de garantir, globalmente, a prestação de um serviço público de transporte de qualidade, monitorizando e acompanhando a evolução dos níveis de procura, de modo a proceder aos ajustamentos que se venham a revelar necessários.”



Não fosse este um assunto da maior seriedade e as palavras que transcrevemos da Nota de Imprensa da Carris a propósito das alterações anunciadas ontem, com vista a serem aplicadas a partir deste fim-de-semana e abrangendo 14 carreiras de transportes públicos, só poderiam ser vistas como gracejo sobre a vida dos cidadãos e, particularmente sobre os utentes das carreiras afectadas.



Campolide será directamente afectado pela supressão do trajecto da carreira 702 entre o Marquês de Pombal e os Restauradores, assim como pela supressão ao fim de semana do troço da carreira 12 entre Campolide e o Museu do Oriente.



A Carreira 702 já antes havia estado sobre a mira da Carris, com o pretexto de não ter procura neste troço, mas a verdade é que por força da luta dos utentes esta empresa teve de repor o troço Marquês de Pombal – Restauradores, a 22 de Setembro de 2008, reconhecendo a justeza dos argumentos das Comissões de Utentes.



Agora, como então a Carris argumenta com o acesso por Metro, o que encarece o percurso e torna os acessos mais difíceis a quem tem mobilidade reduzida. Mas não se quedando por aqui, a Carris sugere que existem mais seis outras carreiras que permitem chegar à Baixa. A verdade porém é que a paragem de quase todas estas carreiras se situa a cerca de 200 m do terminal do 702, o que deixa como única alternativa a paragem da carreira 711 na Av. Joaquim António de Aguiar (carreira que vem completamente cheia, partindo da Damaia).



O acesso à baixa então passará a demorar mais, tornando-se tendencialmente mais caro, ou em alternativa absolutamente desconfortável, contribuindo para afastar os utentes do transporte público.



O que é hoje proposto para esta carreira, mas também para a carreira 12, que deixa os fregueses de Campolide, mas não só, sem acesso à Estação de Caminhos de Ferro de Alcântara-Mar, tendo de percorrer um caminho penosamente mais longo até ao Cais do Sodré, pelo 758, ou, em alternativa deslocando-se a pé desde Alcântara-Terra. Alternativas pedonais que parecem vir a ser as preferências da Carris, que paulatinamente vai abandonando o transporte público.

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